O fim da mentalidade bilionária por Douglas Rushkoff debate o espaço ocupado pela tecnologia na complexidade das relações humanas.
Em sua palestra, Douglas Rushkoff mostra os riscos de colocar o exito financeiro como principal parâmetro de sucesso em nossas vidas. Fica claro, mais uma vez, que a tecnologia ocupou um espaço que desistimos de mergulhar. A profundidade dos sentimentos e nuances do ser humano não pode ser decifrada por códigos, então estreitar nossos vínculos é a chance de recuperarmos nossa humanidade. Acompanhe o fim da mentalidade bilionária por Douglas Rushkoff.
Apesar de argumentar contra a mentalidade de enriquecer a qualquer custo, Douglas é frequentemente convidado a participar de jantares e encontros com bilionários. Durante esses encontros ele diz perceber que parte das preocupações desta elite vem de uma necessidade profunda de se diferenciar do restante de nós. A ideia de construir um bunker (abrigo subterrâneo) para o caso de uma tragédia ambiental ou guerra é a materialização do egoísmo mal pensado. “E o restante de nós?” Questiona Douglas.
Esse sentimento de estar a frente é reflexo da revolução digital, que criou uma tendência em que se busca prever necessidades do usuário, antes mesmo que seja solicitado. Por isso, Rushkoff argumenta que tanto o bunker quanto o meta são, na verdade, desculpa para viver em um mundo abstrato e escapar da realidade, das pessoas e da complexidade das necessidades das relações.
“Humanos agora são o problema, a tecnologia é a solução” – Douglas Rushkoff
No caso específico da tecnologia, Douglas argumenta que existe uma inversão de papéis. Ao invés de usarmos a tecnologia para pessoas, usamos a tecnologia nas pessoas, como forma de torná-las mais produtivas. Criou-se um defeito na humanidade que só a tecnologia é capaz de arrumar.
“Nós continuamos pensando em humanos como meios e ferramentas para concluir coisas”
Douglas Rushkoff
Para Douglas esse sistema se sustenta por meio das redes sociais que coletam nossas informações e a AI será responsável por direcionar o uso desses dados para prever e criar necessidades humanas.
O caminho para recuperar nossa humanidade
Apesar do cenário desafiador, Douglas é otimista em relação ao futuro da humanidade. Em toda sua palestra ele sugere que a mentalidade bilionária está definhando e sugere 4 ações como caminho para reencontrar nossa humanidade.
1. Desnaturalizar o poder: não aceitar regulações sociais, criadas com propósito de promover agendas de poder como naturais a humanidade;
2. Ressocializar pessoas: não ter medo da complexidade humana e da profundidade das relações;
3. Devolver a autonomia humana: a mentalidade “Como nós fazemos pessoas…” não pode existir.
4. Ocitocina > dopamina: substituir a dopamina das redes sociais pela ocitocina das conexões reais e experiencias sociais.
“Você não precisa produzir ou trabalhar para provar sua existência.”
Douglas Rushkoff
Exaltar a potência da singularidade humana faz parte da solução para Douglas. Ele exemplifica a conexão de almas que usufruímos quando lemos um livro, pois você consegue reconhecer a humanidade do autor, mesmo que ele tenha escrito aquilo a séculos atrás.
O fim da mentalidade bilionária precisa aumenta nossa resposta a diversidade cultural e entende que viver uma vida simples também tem seu valor. Por isso, Douglas finaliza questionando o papel da escola ao ensinar esses valores e diz que precisamos mudar o propósito da educação. Para ele, ao invés de formar trabalhadores para corporações, deveríamos pensar em quais habilidades queremos que nossos humanos tenham.
É especial ouvir Douglas defender que o caminho para recuperar nossa humanidade precisa de mais contato humano e mais conexão de alma.
Ele e eu acreditamos no poder do “time humano” (@teamhumanshow), e você?
Mentalidade humana > mentalidade bilionária
Vocês já perceberam que boa parte dos palestrantes do @sxsw mencionam a reconexão com nossa humanidade como solução para o futuro, certo?
Temos um conteúdo incrível da psicanalista Esther Perel que é super complementar a tudo dito por Douglas. Acesse o link abaixo: