Ganhadores da bolsa de $100 mil da fundação 776 (seven seven six) que investe jovens ambientalistas entre 18-23 anos, Maya e Rostam apresentaram no SXSW suas ações em busca de um futuro melhor.
Maya Penn teve seu interesse despertado para as causas ambientais desde a infância. Ela conta que enquanto acompanhava a vó e a mãe cultivar vegetais orgânicos percebia a relevância do tema para o futuro da sociedade.
Motivada a combater o desperdício, com 8 anos lançou seu primeiro empreendimento sustentável. Uma marca de roupas com apelo de moda sustentável e reaproveitamento de materiais. Aos 13 anos deu sua primeira palestra para o TED Talk, na qual falou sobre seus passos para empreender e já demonstra a clareza de propósito que guia Maya.
Ainda com 11 anos, criou seu primeiro personagem em prol da educação socioambiental, a Sally. Uma abelha que tenta salvar o mundo e simplifica temas ambientais com uma linguagem engraçada e acessível. A Sally foi um sucesso, Maya conta que por muito tempo recebeu solicitações de professores para utilizar a personagem em sala de aula.
A história de Rostam Reifschneider também tem seu despertar ainda no ensino fundamental. Ele conta que durante uma visita a uma base da NASA viu um gráfico da NASA sobre o aumento da temperatura mundial. As projeções para o futuro mexeram com os pensamentos de Rostam e a partir daquele dia ele começou a estudar sobre o tema e decidiu que gostaria de trabalhar para mudar essa realidade.
Com 19 anos iniciou sua graduação no MIT e no mesmo ano foi convidado por um professor para desenvolver pesquisas relacionadas ao desperdício e reciclagem e alumínio. Foi a oportunidade para Rostam realizar seu sonho.
No mesmo ano, 2020, Rostam fundou a Hydrova Inc. A empresa transforma resíduos da produção de alumínio em hidrogênio verde com o maior reciclador de alumínio da Califórnia.
Outras possibilidades de um futuro melhor
Animada com o sucesso da Sally, Maya percebeu uma lacuna no mercado quando o assunto era produto audiovisual infantil que falasse sobre sustentabilidade. Para ampliar o alcance do debate, Maya fundou a Upenndo! Produções. Hoje dirige o filme Asali: Power of the Pollinators (@asalimovie) e produz animações para crianças sobre educação social ambiental. Além disso, o filme aborda impactos que as mudanças climáticas podem desencadear à saúde mental da humanidade. Uma proposta original e ainda pouco debatida.
Já Rostam está animado com inovações oferecidas pela tecnologia para aprimorar as formas de luta contra a mudança climática. E são com essas ferramentas tecnológicas que ele aposta o escalonamento do impacto da Hydrova.
Ansiedade climática
Quando o tema é ansiedade climática, os dois permanecem otimistas, ainda que sintam os efeitos do fenômeno.
Rostam diz que se sente ansioso por não conseguir trabalhar em mais de um projeto ao mesmo tempo, sabendo que existem tantas oportunidades para mudança. Ainda assim ele se sente positivo ao acompanhar o trabalho de colegas engajados com a causa ambiental.
Maya exalta que a esperança em um futuro melhor precisa vislumbrar a colaboração ativa de grupos e pessoas. Desde o base até o topo. Para ela é hora de normalizar tópicos de sustentabilidade e justiça social. Empoderar as pequenas mudanças individuais, focar na construção do senso de comunidade e aumentar o investimento de empresas no mercado verde.
Ela finaliza a conversa chamando atenção para que as discussões sobre sustentabilidade considerem a complexidade dos direitos humanos e discussões sobre justiça social. Para a empreendedora é claro quanto comunidades indígenas americanas podem colaborar com o tema com propriedade de causa.
O mundo é nosso
O trabalho desenvolvido por Maya e Rostam mostra o quanto pequenos passos têm o potencial de se transformar em grandes projetos.
Incentivar e investir em pequenas ações na nossa comunidade (quem assistiu A Corrente do Bem?) pode ter um potencial gigantesco de contar histórias de sucesso e solucionar problemas de escala mundial.
O futuro está em nossas mãos e a geração Z já entendeu isso!
Um pouco mais sobre justiça social
No SXSW os temas se complementam. E por isso é tão especial participar dessas discussões, são aprendizados que se somam. Por aqui, já falamos outras vezes da importância de incluir a narrativa de povos indígenas, por exemplo.
Se você quiser entender um pouco mais, acesse o conteúdo abaixo:
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