O sucesso do movimento #metoo resulta de um storytelling fundamentado no poder de histórias reais.
O movimento #metoo começou formalmente em 2017, quando a atriz Alyssia Milano convidou mulheres que haviam sido abusadas a utilizar a # no twitter para compartilhar seus relatos e incluir a sociedade no debate.
Quando escolheu o nome do movimento, Tarana considerou o público infantil que sofre abuso. Por isso, optou por usar letras pequenas para que a expressão também transmitisse gentileza e suavidade. Além disso, responder “metoo” é também uma forma de conversar com as vítimas de abuso. “Algumas vezes essa é a única coisa que a pessoa que foi abusada consegue dizer”, argumenta Tarana ao se referir a #metoo.
Storytelling genuíno
Para Burke o engajamento na plataforma #metoo resulta também de um storytelling genuíno que facilita o reconhecimento das dores entre as pessoas que sofreram abuso e a comunidade. Essa exibição da vítima é a base de um ingrediente importante, a empatia.
Valorize sua comunidade
Tarana faz questão de exaltar a importância de reconhecer o papel de apoio da comunidade para sustentar posições de destaque na sociedade, pois é em comunidade que trocamos aprendizados, melhoramos processos e fortalecemos nosso projeto por meio do sentimento de pertencimento.
Em relação às mídias sociais, Tarana Burke simplifica o uso das plataformas em duas frentes:
1. Como fonte de consulta de recursos de cura. Exatamente o modelo replicado pelo movimento #metoo;
2. Meio para escalonar os serviços e o alcance do público.
Por fim, as redes podem ser uma ferramenta para humanizar o debate sobre violência sexual, um tema que já foi muito banalizado.
Parceria com o setor privado
Quando olha para o futuro, Tarana Burke se considera esperançosa com os rumos dos movimentos sociais que vem vivenciando um crescente interesse por parte do setor privado em apoiar projetos humanitários. Como mulher preta na América, ela entende que cultivar o otimismo é uma forma de apoiar seus sonhos e estar do lado de si mesma quando a sociedade não está. Em suma é essa postura que Burke incentiva em todos que desejam apoiar uma causa social.
No caso de empresas que gostariam de apoiar causas como o movimento #metoo, Tarana sugere visão holística do tema, respeitando complexidades de raça, gênero e classe e uma dose de coragem para tomar a frente com iniciativas de prevenção. Assim, ela acredita que, melhor do que ajudar quando uma tragédia acontece, é criar ações para prevenir os ocorridos. Como empresa, é necessário financiar projetos constantes para o debate e mobilização em relação ao tema e para isso, tirar o abuso sexual da categoria “tema político” e ressignificar como “tema humano”. Por fim, empresas são um espaço para ajudar pessoas a aprenderem e por isso, incentivar o diálogo abre lugar para assumir o desconhecimento e o erro, afinal somos todos humanos e todos erramos.
E nós já vimos por aqui o quanto é importante humanizar a narrativa, não é mesmo?
Storytelling e humanização
Eu fico super animada quando vejo pessoas tão inspiradoras como a Tarana falando sobre assuntos que já fazem parte das coisas que acredito. A humanização da marca é um tema importantíssimo para empresas modernas. Acesse o link abaixo para saber mais: