Mais um dia de SXSW e mais momentos inspiradores, principalmente por ter presenciado discussões valiosas sobre o futuro das produções audiovisuais.
Ouvir Princess Daazhraii Johnson E Shaadiin Tome argumentar sobre a representatividade dos povos nativos norte-americano no audiovisual mexeu tanto comigo.
São questionamentos importantes e globais, pois retratam um problema universal que nos acompanha por tanto tempo e que ainda não conseguimos eliminar da nossa realidade.
Conheça Princess Daazhraii e Shaaddiin Tome, as mulheres que apontam novo caminho para audiovisual
Princess Daazhraii Johnson é Nativa norte Americana e vive no Alaska em um território demarcado como terra indígena. Atriz, escritora e diretora, atualmente está produzindo “Molly of Denali”, série para crianças com narrativa indígena. Além disso, trabalha em prol da natureza por meio da representação dos povos originários da América do Norte.
Shaandiin Tome nasceu no Novo México e atua como diretora de cinema. Em 2018 recebeu o premio no Sundance Film Festival pelo curta Mud (Hashtł’ishnii). Todas suas produções abordam a temática das mulheres nativas norte-americanas.
Para Shaandiin, a reparação vai além de refilmar longas que considerados racistas e deve acontecer com a indústria cinematográfica abrindo espaço para escritores e indígenas. Ela defende que eles tenham controle da própria narrativa.
Desafios para produção audiovisual indígena
Tanto Shaandiin quanto Princess acreditam que a dificuldade de conquistar a audiência e financiamento é resultado de baixa diversidade entre os tomadores de decisão, diretores, produtores. Assim, garantir que suas histórias sejam avaliadas pelos seus similares é um caminho para reparação.
Para Princess Daazhraii, escrever histórias sobre o povo nativo norte-americano é uma oportunidade de reconhecer desafios vividos pelos seus ancestrais para que ela tivesse esse lugar hoje. E por isso, se compromete em fazer o melhor uso do conhecimento que detém para garantir que as próximas gerações tenham novas referências.
Em seu novo curta, Long Line of Ladies, Shaandiin discorre sobre as cerimônias que meninas indígenas passam ao menstruarem pela primeira vez. Sobretudo, o tema parte de um anseio pessoal em reconstruir e humanizar representações estereotipadas da comunidade nativa norte-americana.
Então, fica o convite para refletir sobre o que foi dito por elas e olhar com carinho para as escolhas que estamos fazendo, onde , onde colocamos nossa atenção e energia e como podemos fazer melhor.
Amanhã tem mais conteúdo sobre o SXSW, maior congresso de criatividade do mundo que está acontecendo em Austin e eu vim acompanhar de perto.
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Aplaudir a trajetória de mulheres vencedoras é um prazer contínuo para mim.
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